domingo, 24 de março de 2019

VEREDAS E ESTRADAS: 1


VEREDAS E ESTRADAS: 1
Jacobina (1731)
ROTEIRO DE JOAQUIM QUARESMA DELGADO

Ah, meu caro, se fosse possível ter uma visão espacial do sertão bruto de quatro séculos atrás, poder-se-ia imaginar as dificuldades de conquistar essas terras e nelas se estabelecer sem o mínimo de estrutura de sobrevivência. Poderia observar também o grande rasgo produzido pela ação dos bandeirantes e sertanistas, que foi a grande vereda que ligava a cidade do Salvador (antigamente chamada cidade da Bahia) ao Rio São Francisco. Não era estrada. Era vereda mesmo: caminho tortuoso, difícil e perigoso para os que se aventuravam por ele transitar.
A vegetação era a mais variada possível. Ao sair da capital seguia-se coberto pela mata atlântica até os limites de Alagoinhas com Ouriçangas, onde apareciam umas clareiras para se alcançar os Campos das Itapororocas, região chamada posteriormente de Tabuleiros; percorria-se até a Serrinha com essa vegetação de altura mediana e composta por árvores e arbustos leitosos, na sua maioria.
Após cruzar o rio Tocós, no atual limite dos municípios de Serrinha e Conceição do Coité, a vegetação assumia uma forma completamente diversa daquelas que o viajante havia convivido até aqui; árvores de pequeno porte, retorcidas, de cores escuras e carregadas de espinho. Aqui e acolá destacavam-se alguns exemplares de baraúnas, umbuzeiros, ipês e até colônias de cedro. Estava o viajante no cenário conhecido como Boca da Caatinga e por ele se andava até o Rio do Peixe para mais adiante alcançar o rio Itapicuru.
O caminho, de ares agradáveis, fazia a viagem traduzir-se em satisfação, nos períodos de chuvas. Porém durante as secas, esta rota era um martírio sem fim; o sertão parecia mais duro e mais perverso, especialmente com quem almejava chegar ao Juazeiro, no rio São Francisco, pegando a Serra da Itiuba. Para os que se dirigiam para a Jacobina, a partir de Queimadas, podia contar com a brandura das margens do Itapicuru, que mantinha poços com água até nos períodos de grandes estiagens, de uma parte à outra.
Ocorre que o Rei de Portugal necessitando de pessoas qualificadas para confeccionar os mapas do Brasil, tanto do litoral quanto do interior, resolveu encaminhar para a colônia (em 1729) os padres Jesuitas, Diogo Soares e Domingos Capassi, para realizarem estudos astronômicos, botânicos e zoológicos. Esses padres, mais tarde, ficaram conhecidos como os padres matemáticos. Para o trabalho de campo, o Vice-Rei do Brasil, contratou (em 1731) Joaquim Quaresma Delgado, cujos roteiros de viagens são ainda conhecidos.
Aqui citaremos todas as localidades do roteiro para a Jacobina, relatadas por Quaresma. O documento é amplo e traz as características de cada lugar: se tem ou não rancho (hospedagem); da existência de pastos para os animais; da probabilidade de água; dos moradores,; das casas desabitadas; e da existência de outras estradas, etc.
Passagem ou Trapiche Velho
Duquiracanga
Água Comprida
Pojuca
Rio Catu do Machado
Borda da Mata do São João
Alagoinhas (Rio Catu de Fora)
Aramaris
Camarugipe
Barro Vermelho
Água Fria
Várzea do Catana
Saco do Moura
Serrinha
Maçaranduba
Pindá
Tanque do Cuyaté
Várzea do Paulista
Papagaio
Várzea dos Porcos  
Várzea da Cruz
Vargem Grande
Várzea da Caveira,
Caramenha
Lages
Rio do Peixe
Rancho
Volta do Rio Itapicuru-Mirim
Passagem do Rio (ao Rancho)
Tapera do João Dias
Sapucaia
Vila de S. Antonio da Jacobina
Da Jacobina ele segue para Minas novas, continuando a descrever todo o roteiro.

sábado, 9 de março de 2019

SOMOS TODOS CIDADÃOS DO MUNDO


Que maravilha descobrir que comprovadamente as pessoas não são apenas daqui, dali ou de acolá! Não interessa apenas saber a cidade ou o estado em que nasceram, cresceram e viverão. O importante mesmo é perceber-se útil e sentir-se ator da história do mundo, da evolução da raça humana.
 Foi essa a grande surpresa que me ocorreu quando recebi o teste de DNA, feito por uma empresa americana: QUE SOU UM CIDADÃO DO MUNDO!
Claro, nessa posição ninguém está sozinho, mas é preciso saber, de verdade, quanto por cento se tem de africano, europeu, americano, asiático e oceânico, ou de que período da história universal procedem os ancestrais.
Quando o grande amigo, professor e jornalista, Márcio Walt me presenteou com Kit de DNA já fiquei muito feliz a ponto de não saber como agradecê-lo, porque era uma coisa que eu queria muito fazer, sem o conseguir por motivos superiores. O próprio Márcio fez contato com a FTDNA, fez meu cadastro e comprou o material; veio a Coité, realizou a coleta e mandou o tudo de volta. Em menos de trinta dias o resultado estava no site.
O teste mostrou que sou 60% europeu, 19% africano, 12% americano e 6% asiático. Excelente, embora eu tivesse alimentado a esperança de possuir mais de 50% africano, posto que tive uma bisavó escrava, mas tudo bem. E mais: quando se dilui esses resultados aparecem ainda os locais de origem como Oeste da Europa, Leste da África, Américas, Ásia e Oceania. Lindo demais!
Ainda traz uma relação de pessoas, possíveis parentes, próximos ou distantes em todas as partes do mundo, que tenham material genético naquele banco de dados, informando tecnicamente onde os cromossomos se cruzaram e se foi da parte de pai, de mãe. Ou de ambos.
Outra característica do teste é a apresentação da origem dos ancestrais que vai informar o percentual de cromossomos que cada indivíduo possui no contexto da Evolução da Humanidade, assim entendido como: período dos Caçadores-Coletores (2.600 anos a.C., a 11.700 anos a.C); dos Fazendeiros (8.000 a 7.000 a.C); e dos Invasores da Idade do Ferro (3.000 a 1.000 a.C.).
É exatamente essa marca que nos iguala aos seres humanos de todos os tempos, sem importar qual foi o seu grau de poder ou de dependência. É exatamente isto que nos torna cidadãos do mundo.

Para saber melhor veja essa página:
https://www.facebook.com/marciowalter.machado?fref=search&__tn__=%2Cd%2CP-R&eid=ARDmyCP7wYDpe2Xfaa5WERIc6HLj4ztQLcDX9i5-4nS4_5D3PTIhmxOr3zcmhAckoLmyr4oqVB8zpHlf